TEMA PARA O ANO – ABRIL
MULHER CRISTÃ FIRMADA NA ROCHA A CAMINHO DO CÉU
“Pois isso está na escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum envergonhado.” (I Pe 2:5 – ARA)
SUGESTÃO DE ESTUDO PARA REUNIÃO DE MULHERES NO MÊS DE ABRIL
CONSERVANDO A ESPERANÇA DIANTE DO LUTO,
DAS ENFERMIDADES E SUAS RESTRIÇÕES,
E DAS PERDAS MATERIAIS
Falar sobre circunstâncias adversas na nossa vida não é uma tarefa muito fácil. Em primeiro lugar, porque não queremos expor nosso lado fraco, frágil e muitas vezes despedaçado. É como se tivéssemos perdido a graça da vida. Em segundo lugar, é porque não temos a compreensão de que a nossa experiência mediante os dramas e tragédias pessoais podem ajudar outras pessoas. E em terceiro lugar, é por uma escolha pessoal de preferir o isolamento, o silêncio, a quietude.
Enfim, de qualquer forma, é preciso uma boa dose de coragem para decidir ir além de nós mesmas e enfrentar a situação apresentada.
Confesso que, na minha experiência pessoal de perder o meu filho mais velho de forma brutal num acidente de carro, o medo e o pavor de perder também o meu netinho de cinco anos e, poucos meses depois, enfrentar o tratamento do câncer do meu esposo, me fizeram expor de forma escancarada minha fragilidade, minha impotência, minha falta de fé, minha tristeza, minha dor, minha desesperança. Fiquei desolada, mas acho que escolhi a melhor opção.
Hoje, seis anos depois, percebo com clareza que o fato de me expor, de compartilhar, de me abrir com as pessoas, foi exatamente a estratégia que Deus usou pra me fortalecer, para trazer de volta a esperança e também para me fazer lembrar de lições preciosas que a gente acaba esquecendo ao longo da vida.
A primeira delas foi a lembrança da nossa finitude e quão breves são os nossos dias terrenos. “O homem é como um sopro; seus dias são como uma sombra passageira.” (Sl 144:4). “Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.” (Tg 4:14)
Isso é fato, e todos sabemos disso, mas a maneira intensa como nos entregamos ao processo de viver, o apego e o gosto que adquirimos pelas coisas materiais e a busca desenfreada pelo trabalho e pelas nossas conquistas, fazem de nós pessoas esquecidas da eternidade. Vivemos como se nunca fôssemos morrer. Em certo sentido, não há nada de errado nessa postura, mas não podemos jamais nos esquecer de que somos peregrinos, passageiros, forasteiros e que nossa parada final é na eternidade com o Senhor. Temos que estar preparados para esse momento, pois ele pode chegar a qualquer hora.
Junto com essa consciência da efemeridade da vida, chega a ação maravilhosa do Espírito Santo Consolador, trazendo a brisa suave, abrindo a janela da nossa alma, levantando a nossa cabeça, segurando nosso corpo enfraquecido como que dizendo: pode andar que eu te seguro.
“Agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará essa alegria.” (Jo 16:22)
Que experiência maravilhosa é ver o Espírito Santo caminhando em forma humana entre nós! Ele habita no coração dos filhos de Deus e os usa para fazerem o trabalho de acolhimento, de suprimento das necessidades físicas, emocionais e espirituais dos seus filhos.
Ao sentir que Deus deseja usar sua vida para ajudar os que estão tristes, doentes, acamados, seja orando, fazendo uma visita, ou mesmo levando um bolinho no final da tarde, não hesite!
É o consolo de Deus chegando na vida de alguém por meio da sua vida. Isso é maravilhoso!
Outra lembrança que ajuda muito nas horas tristes é a disposição para louvar e adorar a Deus, independente das circunstâncias. Isso não é fácil, nem automático e muito menos natural. Acontece totalmente pela ação do Espírito Santo em nós. No tempo certo de cada um, a alegria, que é fruto do Espírito, vem surgindo de mansinho, arrancando dos nossos lábios palavras de gratidão e louvor. Estejam abertos a essa experiência!
Concluindo, quero trazer o exemplo corajoso de Maria, mãe de Jesus, feliz com seu bebê nos braços, grata a Deus por tão nobre privilégio, apresentando-o no Templo, certamente num dia de festa, quando ouviu do velho Simeão uma das palavras mais duras da Bíblia. “Quanto a você, uma espada atravessará a sua alma.” (Lc 2:35). Quanta coisa deve ter passado na cabeça de Maria naquele momento! Difícil imaginar.
Maria era plena, cheia de graça, era bendita entre as mulheres, serva obediente ao Senhor e era humana, como nós. Ela conhecia a profecia de Isaías sobre seu filho. Sabia que ele haveria de sofrer. Nas Bodas de Caná, ela percebeu claramente a submissão dele ao Pai do céu quando disse aos serviçais para fazerem tudo que ele mandasse. Tudo estava sob controle. Deus não perde o controle da situação. Não demorou muito para que Maria experimentasse de fato o poder da espada atravessando sua alma. O sofrimento do Filho foi algo aterrador e horrendo, mas ela assiste resignada a tudo e compreende a Missão do Filho. Ela sabe que é necessário que Ele passe por tudo aquilo.
Maria, serva fiel a Deus, suportou a dor de ver a dor maior de seu Filho amado, morrendo, inclusive por amor a ela, porque cria nas promessas de Deus para sua vida.
A ressurreição de Jesus é a esperança que pousou em nós.
Nos dias de luto, de doenças incuráveis ou incapacitantes; nos dias de desemprego e incertezas quanto ao futuro; nos dias de pandemia e pós-pandemia; nos dias de medo de vacinas desconhecidas, que faremos nós?
Vamos seguir o conselho de Maria: “façam tudo o que Ele lhes mandar.”
A esperança pousou em nós. Dias melhores virão. O Senhor está conosco todos os dias. Ele não nos desampara. Ele cuida das aves e dos lírios do campo. Cuidará de nós também. Quando a ventania ficar muito forte, lembremos que estamos firmados na Rocha eterna que é Jesus. Não desanimemos!
“Pois dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com essas palavras.” (I Ts 4:16-18)
AÉLIA CAVALCANTE
ICE Central de Goiânia – GO
ANO XXXI JAN – ABR/2021 Nº 99
