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AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO



Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. (Gl 5:16-25) 


A palavra obra nos leva a pensar em labor, cansaço, peso, desgaste, tristeza, fadiga; o que tem perfeita correlação com as obras da carne, descritas por Paulo (Gl 5:20-21), bem como suas variáveis. Em contrapartida, a palavra fruto, do Fruto do Espírito, nos remete a lembrar de alegria, plantação, zelo, beleza, flor, fartura, satisfação, produção, alimento, continuidade de vida; combinando perfeitamente com a relação que o apóstolo cita em Gálatas 5:22-23.


No verso 22, o caráter cristão não é simplesmente uma correlação moral ou legal, mas a possessão e manifestação das graças descritas nos versos 22 e 23. Juntos, apresentam um retrato moral de Cristo, e podem ser entendidos como a explicação que o apóstolo faz em 2:20: “Não eu, mas Cristo” e como uma definição do “fruto” de João 15:1-8, onde, no verso 2, mostra que há quatro graus na produção de fruto:


1. Nenhum fruto – “não der fruto” (v. 2);


2. “dá fruto” (v. 2);


3. “mais fruto” (v. 2); e


4. “muito fruto” (vs. 5, 8).


Quando damos “muito fruto”, o Pai é glorificado em nós.


O Fruto pode ser constituído de convertidos (Rm 1:13); o caráter cristão, o fruto do Espírito (Gl 5:22-23); a conduta – os frutos da justiça (Rm 6:21-22; Fp 1:11). A moral e as graças do Cristianismo, que são o Fruto do Espírito, devem ser frequentemente imitadas! O caráter cristão é produzido pelo Espírito Santo de Deus, jamais pelo autoesforço humano e só é possível de ser alcançado por causa da união vital do crente com Cristo (Jo 15:5; I Co 12:12-13) e é totalmente Fruto do Espírito. “Fruto” (singular), em contraste com “obras” (plural, v. 19), sugere que a vida cristã no Espírito é unificada no propósito e direção de Deus, contrastando com a vida na carne, com seus conflitos e frustrações íntimos. 


Ao descrever as obras da carne e dizer que estas são conhecidas, como: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, Paulo deixa claro que as obras da carne representam tudo que não provém de Deus. Trata-se das ações da nossa natureza pecaminosa. A carne simboliza a nossa fragilidade e a nossa tendência ao pecado, pois a nossa natureza tende constantemente a se inclinar a essas armadilhas, o que requer de nós muita atenção e uma luta contínua contra a nossa carne. É muito fácil colocarmos a culpa de tudo no diabo, porém, quando damos vazão à nossa carnalidade, nos afastamos do Espírito Santo; como consequência, o Fruto do Espírito é enfraquecido pelas obras da carne que agem como erva daninha, procurando sufocar o Fruto do Espírito, consequentemente, como está escrito em Mateus 26:41. Devemos, então, orar para não cairmos em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.


Quando cita o Fruto do Espírito, Paulo deixa bem claro que esse “Fruto” é prático e é expresso em várias facetas, como: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio; e ainda enfatiza que “contra esse Fruto não há lei”, em nenhuma esfera. Fica também evidente que de nós mesmos não podemos produzir este Fruto, pois é uma obra direta da ação do Espírito Santo em nós, nos capacitando a viver plenamente através da nossa união com Cristo, união esta que reflete nossa completa dependência Dele. Não somos capazes de exibir nossa própria força, essa capacidade só vem de Jesus Cristo. Precisamos deixar de sermos dominados por nós mesmos e passar a sermos conduzidos por Ele, que precisa estar no controle de nossas vidas. 


Pense no Fruto do Espírito como o caráter de Cristo impresso na sua vida, e que já experimenta o novo nascimento a cada dia. Todos quantos recebem a Cristo pela fé se tornam um com Ele, como um ramo ligado à uma vinha, sem nenhum processo mecânico ou ligação artificial, passando a receber Dele: alimento, vigor, alegria e desejo de produzir “muito Fruto”!


Em João 15:4, lemos: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.” Permanecer em Cristo é, por um lado, não ter pecado conhecido, não confessado e não julgado, nenhum interesse do qual Ele não participe, nenhuma vida da qual Ele não faça parte. Por outro lado, o que permanece leva todos os fardos a Ele, e recebe toda sabedoria, vida e força Dele. Não é apenas uma consciência constante dessas coisas e Dele mesmo, mas significa que nada na vida tem permissão de nos separar Dele. “A graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco, em verdade e amor.” (II Jo 1:3 – ARA) 


PARA PENSAR


• Você tem produzido frutos para o Reino de Deus?


• Sua vida tem expressado o Fruto do Espírito Santo, na forma de atitudes

e condutas que refletem Cristo ou está marcada pelas pesadas obras da carne? 


Por Walteno Ferreira de Moraes 





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