A brevidade da vida de um querido pastor, marcou o dia triste e, ao abraçar a prima, agora viúva, refleti sobre o Senhor do tempo... do nosso tempo... dos meus dias... Chegando em casa, escrevi o poema baseado no Salmo 39:4-7 e em I Coríntios 2:9 e 15:19 e compus a seguinte música:
Esperança Quanto tempo ainda vou viver? Quando é que vou morrer? Minha vida é passageira, sou apenas um sopro, uma sombra... O que posso esperar? A minha Esperança está em Ti, ó Senhor, meu Deus! Se a Esperança em Cristo só vale nesta vida, sou tão infeliz... Porém, o que ninguém nunca ouviu nem viu, nem jamais pensou, meu Deus tem preparado pra quem O amar com sincero amor... A minha esperança está em Ti, ó Senhor meu Deus!
Davi escreveu o salmo 39, encarregando o mestre de música Jedutum de compor a melodia. Jedutum foi ordenado pelo rei: “para canto na casa do Senhor com címbalos, saltérios e harpas...” (I Cr 25:6 – ARA). Ele manteve essa posição de honra através de longa ordem de transmissão de herança. Seus filhos e netos deram continuidade ao seu ministério.
CONTINUAÇÃO DO MINISTÉRIO AO LONGO DAS GERAÇÕES - Que nossas famílias alcancem a bênção de continuar o serviço a Deus através dos nossos descendentes!
ENTENDIMENTO DOS CICLOS DA VIDA - Neste salmo, Davi, doente e desanimado, fica calado... mas o silêncio aumenta sua tristeza. Então ele ora. Até que, submisso, reconhece a mão divina, recebe alívio e vê passar a dificuldade. No ciclo natural da vida, há tempo para tudo. Tempo de silenciar e tempo de falar... Entendemos um pouco mais, conforme os anos nos acrescentam limites e desvendam riquezas que não são destruídas pela traça ou ferrugem e que ninguém pode roubar (Mt 6:19-21).
CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL DAS DIFERENTES GERAÇÕES - Nem todas as famílias têm a bênção de conviver com diferentes gerações (II Tm 1:5), quando o legado do amor e respeito aos idosos é real e os avós veem com gratidão a possibilidade de contribuir na formação dos netos. Proporcionamos ambiente propício para os laços entre idades diferentes, se dissermos coisas que se aproveitem e não palavras inúteis. Investir tempo na família e ter disciplina nas finanças fortalecem a velhice; pôr em ordem o lar evita deixar legado de conflito atrás de nós. Envelhecendo com bom humor, amabilidade, oração e imparcialidade, influenciamos, na direção de Cristo, a nova geração, que observa e aprende com nosso exemplo. É verdade que hoje em dia a tendência é a de descartar, com facilidade, todo objeto eletrônico por outro com mais memória... e a nova geração, com isso, pode levar essa prática a outras instâncias também. Porém, enquanto envelhecemos, temos mais poder de concentração e podemos nos edificar reciprocamente (I Ts 5:11; Sl 71:18)! Em cada circunstância, procure o objetivo de Deus, pois o tempo que Deus nos dá nunca é sem propósito. “Não se mede uma vida pela sua duração, mas pela sua doação” (Corrie Tem Boom).
CONSTRUÇÃO DE BASE SÓLIDA HOJE- É importante construir base sólida em Jesus Cristo para vida agora, e não esperar até que seja tarde e os problemas da velhice nos alcancem. Nada nos prepara mais para envelhecer do que um alicerce moral e espiritual estável fundado na vontade de Deus e, não, no inevitável desta vida. Tornarmo-nos mais parecidos com Cristo é maturidade espiritual (Gl 5:22-23). Deus é capaz de fazer o que não podemos fazer, especialmente dentro das nossas famílias. Nossa maior necessidade é nos reconciliarmos com Deus e nos tornarmos parte da Sua família. “Eis o socorro de Deus, eis o dia da salvação” (II Co 6:2). Se já somos filhas de Deus, perseveremos até o fim, como Josué (Js 24:14-15). Qual a minha expectativa? Onde está a minha confiança? No meu receituário profissional, como odontóloga, sempre imprimi a resposta para essas perguntas: “Feliz é a pessoa que põe a sua confiança em Deus, o Senhor” (Sl 40:4). A resiliência, durante o envelhecimento, vem da sabedoria de Deus que está à nossa disposição, onde a esperança se torna realidade (Sl 92:14)!
EXERCÍCIO DA FÉ HOJE - Precisamos exercitar a fé sem temer o que a vida nos reserva:
A) Exercitar no conhecimento da Palavra, que ensina: “nos Salmos, como adorar; em Provérbios, como nos comportar; no livro de Jó, como sofrer; nos Cânticos de Salomão, como amar; em Eclesiastes, como viver” (J. Packer).
B) Exercitar na intimidade com Deus através do Espírito Santo, que nos assiste em nossa fraqueza (Rm 8:26) e nos conduz (Is 30:21).
C) Exercitar na oração, que nos acalma e encoraja (Fp 4:6-7). A Deus, nossa gratidão por podermos orar sem cessar, mesmo idosas ou presas numa cama...
D) Exercitar servindo (Sl 100:2) e congregando (Hb 10:25), renovando ânimo através do que Deus faz na vida dos irmãos. No caso de impossibilidade de locomoção por falta de saúde, podemos nos reunir por meio da internet.
CONHECIMENTO DO FIM SOB A ÓTICA DE DEUS - O conhecimento do fim é importante e ele só é adquirido em Deus (Sl 73:17). Não a data do fim ou a circunstância, mas a natureza, como pecador justificado por Jesus, que tem convicção da eternidade. Na oração, Davi busca os benefícios das fragilidades comuns a nós. Ao conhecer minhas fraquezas, sinto- -me impulsionada a ser mais humilde, mais madura para o céu e mais desapegada do peso desnecessário a carregar, a ter mais compaixão e paciência, mais comunhão com a família da fé e firmeza dos meus valores e princípios. Alguns benefícios da maturidade são a lembrança, a observação, a reflexão e o conforto trazido por elas (Sl 63:6-8). Somos preparadas emocionalmente para ver que nem tudo fazemos mais como fazíamos? A Bíblia alerta para nos consagrarmos a Deus, enquanto jovens, pois o tempo vai passar... (Ec 12:1-5). Mas não devemos usar a velhice como desculpa para ignorar o que Deus quer que façamos. A maturidade pode ser recompensadora se aprendermos a nos contentar no Deus, que é Senhor do tempo e permite nosso envelhecimento (Pv 16:31). Deus me preservou com tantos livramentos... quero estar pronta para realizar o que Ele ainda planeja para mim. Integre-se a um trabalho voluntário com sua igreja e você irá aproveitar seu tempo e seus talentos.
Jesus é o que precisamos! Ele é da vida... a Água, o Pão, a Luz, o Fôlego – elementos indispensáveis para sobrevivência e continuidade da jornada, mantendo os nossos olhos fixos Nele. “E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso... busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas lhes serão dadas” (Mt 6:27,33 – NVT). Deus pôs a eternidade no coração do homem (Jo 11:25). Mas o pecado trouxe a morte física (Gn 3:19). Cristo morreu, ressuscitou e, graças a Ele, sabemos que a morte não é o fim (Rm 6:23). Ele nos regenerou para a viva esperança, nos céus, onde o que é imperfeito será aniquilado (I Co 13:10). As aflições do tempo hoje terão fim! Com corpos novos, perfeitos, livres de fragilidade ou limitações, seremos iguais a Cristo (I Jo 3:2)! Ainda que hoje eu ande por vales difíceis, envelhecida ou enfermada... habitarei na casa do Senhor, perfeita, ativa e feliz, por tempo eterno (Sl 16:11 e Sl 23). Deus faz novas todas as coisas... sem rugas, cabelos brancos, passos inseguros, óculos, nem corpo que não acompanha o que se quer fazer.
Devemos a Deus fidelidade ao Seu chamado e perseverança em segui-Lo até o fim. “Que o seu cristianismo seja tão inconfundível e seu andar tão reto, que todo aquele que te vê não tenha dúvida quanto a Quem você pertence e Quem é o seu Senhor” (J. Ryle). Bom demais chegar em casa depois de uma viagem, não é? Incomparavelmente melhor será chegar ao nosso eterno lar (Ap 21:1-7 – NVT)! Então, “Alegrem-se, fiquem felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês!” (Mt 5:12 – NTLH) * * *
Por: Ediane Costa Mendes Rodrigues
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