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O Cristão e a Mídia

Nunca a comunicação foi tão fácil. A televisão, a internet, o telefone fixo e o celular, possibilitam a transmissão de dados e de imagens, de uma maneira, e com uma rapidez e eficiência nunca antes vistas. Acontece, porém que, quando o pecado entrou no mundo, houve corrupção generalizada, inclusive nos meios de comunicação. Diante disso, qual deve ser a postura do cristão? Deve ele evitar ligar a televisão, nunca ler os jornais, nem escutar a rádio? A internet é proibida? O telefone tem que ser abandonado?


Creio que foi John Stott quem disse: “Leia a Bíblia, leia o mundo”. Precisamos da mídia para ficar atualizados com o que se passa no mundo, para entender a cultura dos povos que evangelizamos, sejam moradores de países distantes, ou nossos vizinhos de rua. Diz o apóstolo: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.” (I Tm 2:1-2). Para fazermos isto direito, para orarmos pelos nossos governantes, como a Palavra de Deus manda, temos que saber quem são, e como atuam; tal conhecimento normalmente só é adquirido através da mídia.


Ao mesmo tempo, o cristão tem que usar a mídia sem ser por ela corrompido. Tão forte é a influência das telenovelas que, às vezes, o público esquece que são apenas ficção. Como afirma certo comentarista: “Novelas são obras totalmente ficcionais. Porém, em alguns casos, a forte ligação entre o público e a trama ultrapassa a fronteira entre imaginação e realidade.”


Existe sempre o perigo de, imperceptivelmente, os valores da TV tornarem-se os nossos valores. Todos gostam de uma boa história - e quem contou histórias melhor do que o Senhor Jesus? Hoje, muitos cristãos não sentem tanta falta do culto na igreja como sentem ao perderem parte da novela favorita. Para muitos, as personagens da novela são quase tão reais como as pessoas da própria família. Como se desenvolve aquele namoro? E o acidente terrível, embora fictício, deixa os ouvintes muito preocupados. Ora, de tão envolvidos na vida destas pessoas imaginárias, quem assiste à novela, muitas vezes, esquece que o relacionamento do casal na tela está moralmente errado, e nunca poderia dar certo na vida real. Já houve novelas baseados no espiritismo, ensinando reencarnação, e a possibilidade de comunicar com alguém que já partiu desta vida. O crente fraco na fé, sem conhecimento da Bíblia, facilmente pode ser atrapalhado por tais apresentações.


A internet é útil como serva, mas corre muito perigo quem é escravo dela. As mensagens são transmitidas quase instantaneamente de um lado do mundo para o outro. Serve para nos manter informados das necessidades de oração ou de sustento de nossos missionários; facilita, e muito, a produção de livros e revistas. Do outro lado, quem por ela é dominado, a usa para fins injustificáveis. Foi afirmado que as terríveis arruaças, nas ruas de Londres no início do ano, foram provocadas, inicialmente, por recados no Facebook. Os celulares têm sido muito úteis aos bandidos, assaltantes de banco, e praticantes de outros crimes. Por outro lado, vidas já foram salvas porque o pedido de socorro foi instantâneo, ou por serem conseguidos remédios essenciais de maneira muita rápida.


Diante disso tudo, qual deve ser a postura do cristão? Como pode ele ser criterioso no uso destas facilidades modernas? Como seguir o conselho apostólico que diz: “Ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.” (I Ts 5:21)? Primeiro, tem que haver submissão total a Cristo, como Senhor. “Santifiquem Cristo como Senhor em seu coração.” ( I Pe 3:15). E, ainda, é essencial conhecer e praticar os ensinos bíblicos. Por estes, será possível avaliar tudo que a mídia comunica; ver se os valores ali atuando batem com os valores de Deus. Neste contexto, também, não podemos esquecer a importância de um bom discipulado. O Senhor Jesus não mandou fazer ‘crentes’, mandou fazer ‘discípulos’. “Façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei.” (Mt 28:19-20). Quem sabe tudo que Ele ordenou está preparado para enfrentar as distorções da comunicação mundana.


Tal discipulado é responsabilidade da igreja. Muito mais, é responsabilidade dos pais cristãos. O culto doméstico é meio importante de discipular a família inteira. Serve igualmente para vacinar os filhos, que tantas vezes entendem a internet e assuntos afins melhor do que seus pais, contra as inverdades e exageros ali encontráveis. O ambiente familiar, bem informado, prepara a família inteira para avaliar e aproveitar, ou não, as informações que chegam pela TV, ou pelos jornais. Prepara os jovens para resistirem aos perigos do Skype, ou do Messenger, enquanto aproveitam as vantagens deles.


Quais são estas vantagens? Os mesmos meios de comunicação que tanto podem corromper são também muito úteis para transmitir o Evangelho. A rádio transmite muito o que é imprestável, mas há muitos cristãos no mundo que se converteram ouvindo mensagens pela rádio, por exemplo, na Índia, onde missionários não puderam chegar. A Palavra chegou assim a lares onde nenhum obreiro cristão teria acesso. Na internet, é possível pesquisar fatos bíblicos. É possível até examinar os manuscritos do Mar Morto agora ali disponíveis. E como é útil o celular para evangelizar e aconselhar os nossos amigos.


Há muitos anos, quando Billy Graham pregou no Maracanã no Rio, alguns inimigos do Evangelho cortaram os fios que deviam transmitir a mensagem de Jesus ao imenso auditório. Tínhamos levado uns jovens universitários para aquela reunião e parecia impossível que ouvissem coisa alguma. Acontece, porém, que um deles levara um "radinho" de bolso - a rádio estava transmitindo tudo; e assim, pelo rádio pequeno, ouvimos os cânticos e a pregação. Para aqueles jovens foi uma grande bênção. Ouviram bem a pregação e a fé deles foi firmada.


E nós, estamos sendo discípulos de verdade? Estamos cheios do Espírito da verdade e da Palavra? Estamos evitando ser corrompidos pela mídia, e estamos sabendo usar os modernos meios de comunicação para propagar o Evangelho da verdade?


Dª BETTY BACON

Escritora e Missionária

Revista Diadema Real - Ano XXIII Maio-Agosto/2012 Nº73

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